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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Carta Aberta XXII - Sr. Presidente C.M.Penamacor

Sr. Presidente
Já estamos no Outono. O nosso Outono Boreal. Noto as árvores já despidas e vejo o chão coberto pelas folhas amarelecidas já caídas.
É a estação parceira e cúmplice da saudade invasora das ainda recentes noitadas de estio tão bem passadas nas esplanadas. O frio chega aos poucos e de mão dada com a teimosia do vento.
Sinto que a natureza cumpre a sua rotina e que nos devemos adaptar a mais um ciclo de vida.
Tento dissipar a nostalgia e retomar novas fontes de energias mais calmas e mais sossegadas.
Algum tempinho passado na companhia da “net” é uma solução.
Talvez arrastado pelo meu imaginário de criança, retenho do Outono, o tempo da abertura do ano escolar, o tempo dos livros e cadernos a cheirar a novo, o tempo ideal de leitura.
Sr. Presidente,
Gosto dos paladares e aromas das receitas sazonais, das sopas, dos deliciosos cozinhados em panela de ferro, infelizmente já tão escassos, das castanhas, etc, etc, gosto da gastronomia beirã.
Por isso resolvi aceder à página Internet do Município de Penamacor e “cuscar” se por ali havia umas receitas tradicionais na gastronomia do concelho, que me serviriam de conselho, orientação mesmo.
Sr. Presidente
Começei a ler e a tristeza invadiu-me o espirito. Logo no primeiro parágrafo apanho com o nome da minha Mui Nobre Vila, vilmente escrito.
Permito-me aqui  “colar” o texto que copiei no site oficial da C. M. Penamacor.
Tem erros imperdoáveis numa página oficial de um Municipio, são erros de palmatória que rápidamente convém corrigir.
Por onde andaram, o administrador, o editor, o responsável pela publicação da página, a supervisão da vereação? 
Ou, será assim a nova escrita!? Ao abrigo do novo acordo ortográfico.
Conhecer o Concelho - Gastronomia
"Os comeres tradicionais de Penanamacor andam naturalmente associados “ao que a terra dá”, isto é, aos produtos locais. As sopas à base de batata, couve, feijão e grão-de-bico pautavam a alimentação quotidiana, intercalada da conserva de salmoura do porco criado na pocilga, bem como dos enchidos, uma e outros rigorosamente doseados para durarem o ano inteiro. As carnes frescas, de aves, cabra ou cabrito, ovelha ou borrego, mais raramente de vaca, assadas no forno a lenha, estufadas ou guisadas em panelas de ferro, ao lume, eram habitualmente reservadas para algum acontecimento extraordinário ou para as épocas festivas. Isto, é claro, para a maioria do povo.
Pela matança do porco, conforme as localidades, apresentavam-se os arrozes de carnes ensanguentadas (o arroz da espinhela, suã ou cevã), nacos de soventre cosido, assados da fressura e, pela desmancha (ou desmanchação), as febras assadas ou guisadas.
O queijo, as zeitonas de conserva, o toucinho, os enchidos, mais raramente o presunto, serviam para acompanhar o pão, tradicionalmente cosido nos fornos comunitários.
Os doces giravam essencialmente à volta do leite, o ingrediante mais à mão, com o qual se faziam os bolos de leite, o arroz-doce, as papas-de-milho.
A ADRACES - Associação de Desenvolvimento da Raia Centro e Sul, publicou em 2008 o livro “Cozinhados Lembrados”, volume que se constitui como o melhor repositório de toda a tradiçãogastronómica do concelho, pelo que se aconselha vivamente a sua consulta".
Sr. Presidente
É caso para dizer:
“Em Penamacor, comida cosida, vestuário cozido”
Atenciosamente e sempre ao dispor
Zé Morgas

1 comentário:

  1. Ui! Zé, que texto!!! Magnífico!!! Sempre atento ao BEM do nosso Concelho, em especial da tua terra. Críticas duras, mas sempre construtivas. Vou já à página Web a ver se tudo está corrigido.
    Abraço
    Nota: Passei pela página a que te referes e tudo está nos conformes. Parabéns para ti, para quem leu e para quem corrigiu. "Bem está o que bem acaba".

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