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sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Magistral

Com os companheiros motards do costume, domingo passado, saí de Vila Nova de Santo André, rumo ao Autódromo Internacional do Algarve em Portimão, pelas sete da matina, para assistir ás corridas, do Campeonato Mundial de Superbikes:
O programa era/ foi o seguinte:
08:00 - 08:10, Warm-up Superstock 1000 (10 minutos).
08:20 - 08:40, Warm-up Superbikes (20 minutos).
08:50 - 09:10, Warm-up Supersport (20 minutos).
09:40 - 10:00, Corrida Superstock 1000 (12 voltas).
11:00 - 11:40, Primeira Corrida Superbikes (22 voltas).
12:25 - Corrida Supersport (20 voltas).
13:30 - Corrida Superstock 600 (10 voltas).
14:30 - Segunda Corrida Superbikes (22 voltas).
Fomos para a bancada “A”, onde o meu amigo “Capitão Espargo” já tinha os lugares reservados. E como já estava tão bem composta. A vista agradeceu.
Levámos farnel suficiente para fazer um “bodo”.
As corridas foram disputadas como esperado: renhidas, impróprias para cardíacos assistirem. Terminaram assim:
Superbikes -
O piloto norte-americano Ben Spies (Yamaha) sagrou-se, pela primeira vez, campeão mundial de Superbikes em motociclismo, após conseguir uma vitória e um quinto lugar nas duas corridas disputadas no Autódromo Internacional do Algarve, em Portimão. Noriyuki Haga (Ducati) caiu na primeira corrida, não pontuou. Na segunda corrida ficou em segundo lugar, não foi suficiente para alcançar o desejado título mundial.
Supersport -
O piloto irlandês Eugene Laverty, da equipa portuguesa Parkalgar Honda, venceu a última corrida da temporada no Autódromo Internacional do Algarve, em Portimão, sagrando-se vice-campeão mundial de pilotos em Supersport.
O piloto da Parkalgar Honda tinha de vencer e aguardar que Crutchlow não se classificasse entre os 10 primeiros. O britânico terminou em quarto e arrebatou o título de campeão do Mundo, com mais sete pontos do que Laverty.
Superstock 1000 -
O título mundial de Superstock 1000 já estava atribuído ao belga Xavier Simeon.
Superstock 600 -
A corrida do Campeonato da Europa de Superstock 600, onde pontificam as jovens estrelas do futuro, foi, como é habitual, das mais animadas. O mesmo acontece nas 125 no mundial de MotoGP. O britânico Gino Rea sagrou-se campeão por apenas um ponto, para o que lhe bastou o 3º posto atrás de Marco Bussolitti e Vincent Lonbois, e estes pilotos, os três primeiros do campeonato ficaram separados por apenas três pontos.
Foi um Domingo bem passado, memorável.
Mas a alegria maior, foi saber que aos trinta anos, 13 de competição ao mais alto nível, o meu ídolo Valentino Rossi, continua a demonstrar que é um piloto à parte no motociclismo mundial, a conquista do nono título mundial, o sétimo na categoria rainha, confirma-o.
No mesmo circuito que apadrinhou a sua estreia em provas do Mundial de motociclismo, há 13 anos, Valentino Rossi festejou o seu sétimo título mundial de MotoGP - depois de também ter sido coroado nas classes de 125 (1997), e 250 (1999). Na altura contava com a irreverência e a força dos 17 anos. Hoje, é a experiência dos 30 anos que permite ao " IL DOTTORE" (alcunha que qualifica a qualidade da sua condução) controlar os adversários, todos eles um par de anos mais novos, que ameaçam roubar-lhe o estatuto de campeão. Foi o que aconteceu, domingo, na Malásia, quando Valentino Rossi, (Yamaha) que apenas necessitava de acabar no quarto lugar para garantir o título, acabou a corrida em terceiro. Casey Stoner (Ducati) foi o vencedor e o espanhol Daniel Pedrosa (Honda) subiu ao segundo lugar do pódio de uma prova que começou com um atraso de 35 minutos devido à forte chuva que caiu.
E a alusão às vantagens da maturidade, mediatismo, popularidade... devem-se também à simpatia e irreverência na forma como festeja as vitórias, as quais não se coíbe de exibir publicamente, como aconteceu, esta época, em San Marino - ganhou e subiu ao pódio com orelhas de burro. Rossi quis justificar o erro que cometeu no GP Estados Unidos e que lhe tirou o triunfo, Antes, tinha corrido com o burro Shrek estampado no capacete. O talento de Rossi tem a mesma dimensão das suas excentricidades. Algo que ficou bem evidente e exposto na camisola que envergou no final da corrida de domingo, em Sepang, com a ilustração de uma galinha em idade avançada acompanhada pela magistral frase "Galinha velha faz boa canja". Pouco depois, o divertido piloto explicou: "Em Itália, diz-se que as galinhas velhas dão boas sopas, mas já não põem ovos. Eu, aos 30 anos, sou como as galinhas velhas, mas ainda ponho ovos: é o nono", brincou Rossi.
Rossi tem mais oito anos que Jorge Lorenzo e mais seis que Casey Stoner e Dani Pedrosa, os principais rivais. Nada que assuste o italiano, cujo objectivo, domingo publicamente assumido, é o de chegar a novo título na prova rainha do motociclismo. O que a acontecer superaria o recorde de oito mundiais ganhos pelo seu compatriota Giacomo Agostini.
Vamos a isso Rossi. Vamos ao Décimo título. Dá-me essa alegria.
Zé Morgas

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Nas Nuvens

Pela quarta vez na minha vida estive na Madeira, a segunda este ano, estive lá em Maio, fui de barco e levei a minha Mota.
Foi a minha terceira “aterragem” no aeroporto do Funchal. Ainda recordo as que lá fiz em 79 e 80 do século passado. Que diferença a sentida. Ainda bem, em nome da segurança.
Espero ainda, mais vezes lá aterrar, não quero morrer sem “viver” pelo menos uma passagem de ano no Funchal.
Visitei os mesmos locais que já tinha visitado de mota em Maio, (mais, desta vez até a praça / mercado do Funchal visitei, coisa que nunca fiz na terra onde vivo), mas isso se impunha, e afinal reviver / visitar coisas lindas é sempre bom, ia com um grupo de colegas de trabalho, treze no total, para muitos a primeira ida à Madeira, e para alguns, creio que dois, foi mesmo o baptismo de voo. Há muito que tínhamos combinado o jantar na Madeira, tínhamos tudo organizado: viagem e alojamento pago e os carros de aluguer reservados.
Correu tudo bem e todos gostámos. Ficámos com a vontade de repetir um novo passeio, outra jantarada, a um outro qualquer bonito local.
Todos adoraram as vistas das alturas: Pico dos Barcelos, Miradouro da Eira do Serrado, Cabo Girão, etc…as vistas impressionam, assustam mesmo os mais medrosos.
Eu andei sempre nas alturas, nas nuvens, acima das nuvens…, onde estas paisagens me transportaram…
Chegados a Lisboa, por volta das 20 horas do dia seguinte ao da partida, e como já adivinhado, dividiu-se o grupo nas decisões. Como amigo não empata amigo, cada grupo decidiu o seu destino, afinal a grande maioria “apenas” tinha que estar presente no dia seguinte, em Sines, pelas 8 horas, no complexo petroquímico numa acção de formação. Como eu estava sozinho, vim só no meu carro, e para aproveitar o facto de estar por Lisboa, tinha telefonado do Funchal, a um Grande Velho Amigo do meu ano de 61, desafiando-o para beber uma copa antes de rumar a V.N. Santo André.
Aceitou, e quando cheguei ao local combinado, fiquei a saber que tinha o jantar em sua casa à minha espera, um magnífico jantar. Como à minha espera para jantar estava a sua Família.
Neste trecho do Zé Morgas aqui fica o registo do meu obrigado, e as desculpas pelo incómodo causado.
Pouco após o início do jantar, novas visitas chegaram a sua casa. Pessoas que conheço, e que me conhecem de pequenino, do tempo do berço. Como diria a minha saudosa avó, -que descanse-carinhosamente tratada por "Ti Conceição Pereirinha", na sua natural e genuína pureza: Gente muito boa e bonita; e digo eu, uma particularmente bela, demasiadamente bela. Mas eis que algo me acontece. Sem querer ser desonesto comigo mesmo, porque também não gosto de o ser com ninguém, tenho que admitir que um inesperado e apertado, não desejado, nó no estômago, quase me impediu de jantar. A melhor e mais apertada banda gástrica, não surtiria semelhante e eficaz efeito. Facto que não passou despercebido a alguém, pois me disse:
- Estás a comer tão pouco!
- É do cansaço da viagem, respondi.
Terminado o jantar, uma breve mas agradável conversa, despedidas, e fiz-me à estrada.
Sem saber porquê, viajava com a sensação de ter “voado” no Paraíso, e só agora, ter começado a aterrar.
Não creio haver caneta que consiga relatar, a felicidade vivida no silêncio do meu olhar. Como Friedrich Nietzsche tinha razão quando afirmou:
Sempre há um pouco de loucura no amor, porém sempre há um pouco de razão na loucura”.
Rolei até Santo André, da forma como tinha andado na Madeira, sempre nas nuvens.
Nas nuvens aprendi uma lição:
O passado não dita o futuro.
E porque, esta passagem pela vida, nada mais é, que umas pequenas férias que a morte nos concede, que devemos aproveitar sem reservas, este fim-de-semana irei até ao autódromo internacional de Portimão, (paragem obrigatória no Rogil para comer uma empadinha e os viciados esfumaçarem um cigarrito) assistir ás corridas do campeonato mundial de Superbikes. E para que possa continuar nas nuvens, comprei um bilhete para a bancada “A”, no ponto mais alto de onde se observa toda a pista. Tenho ainda bem presente a corrida do ano passado, assisti na bancada “TMN”, e o show dado por Troy Bayliss. Foi no final da sua carreira com a equipa Ducati Xerox, onde ganhou 30 corridas e reclamou 19 posições na pole, que Troy nos ofereceu bons espectáculos na pista, que surgiu como uma lenda que irá perdurar, ao vencer dois campeonatos mundiais em três temporadas.
Espírito de equipa, paixão, precisão e tenacidade mental - eram estes os seus pontos fortes. Carismático, falador, aberto e cheio de vida - este era o seu carácter.
Esta época a luta pelo título de Superbike entre Noriyuki Haga (Ducati) e Bem Spies (Yamaha) vai ser renhida uma vez que ambos têm o mesmo conhecimento da pista algarvia e chegam em alta performance ao final do Campeonato, a diferença entre ambos é de apenas 10 pontos.
Espero ver um bom espectáculo. Mas menos molhado que o ano passado, choveu copiosamente.
Na categoria de Supersport a decisão do título vai ser entre o piloto da equipa portuguesa Parkalgar Honda, Eugene Laverty e Cal Crutchlow (Yamaha). Miguel Praia é o único representante luso na modalidade e está determinado em obter o seu melhor resultado da época e terminar num lugar no pódio.
Igualmente este fim-de-semana, realiza-se o MotoGP da Malásia. Basta um quarto lugar para o meu ídolo Valentino Rossi, ser campeão mundial de motociclismo pela nona vez. Quarto foi o lugar que hoje conquistou nos treinos livres.
Sem nunca esquecer os bons conselhos da minha Querida Mãe Maria: “Vale mais prevenir que remediar”, de seguida vou colocar os forros térmicos no meu equipamento, casaco e calças. Se o calor apertar, tenho sempre a possibilidade de tirar ou despir alguma peça. Se o frio começar a rachar, e nada tiver para o remediar, é sofrimento garantido, fisicamente doloroso. Sei o que custa.
Há outros “sofrimentos”, não físicos, "desalmadamente sofridos".
Zé Morgas

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Prisioneiro

Ninguém tem o direito de alhear-se dos problemas da sua terra”. Ouvi esta frase proferida pelo Exmo. Sr. Presidente da República, na Mensagem a propósito da realização das Eleições Autárquicas. Alhear!!! Algo passado bate forte na minha mente:
…os olhos não podem ficar alheios…
Cumpri com o meu dever, votei, e resolvi dar uma voltinha pelo Recinto de Nossa Senhora Do Incenso, a Padroeira de Penamacor, a Padroeira dos Penamacorenses.
Sentei-me na exacta posição, onde vezes sem conta, já me sentei, sempre que o tempo mo permite. Tirei esta foto, no degrau em frente à porta principal da Capela de Nossa Senhora Do Incenso
É um sítio onde vou com alguma frequência, das vezes que estou em Penamacor.
Incrivelmente é um extraordinário local para reflexão.
Sempre me intrigou a linha traçada com o olhar: entrada principal da igreja, cruzeiro, entrada central no recinto, castelo.
A entrada da capela está virada para o Castelo.
Sinto que houve intenção na localização da construção da Capela.
A Fé e o Poder associados?
Curiosamente a entrada principal da Capela de Nossa Senhora do Bom Sucesso, também está virada para o Castelo de Penamacor. Igualmente no Recinto da Senhora do Bom Sucesso existe um cruzeiro, este ligeiramente fora do alinhamento: Capela, Castelo.
É ali, naquele Recinto da Padroeira de Penamacor, foi ali, que algumas vezes, silenciosamente me interroguei sobre a vida e a forma de vivê-la.
É ali, naquele Recinto de Nossa Senhora do Incenso, foi ali, que algumas vezes, anotei notas soltas, nas soltas páginas de um livro, que algumas o vento já levou, um livro, que um dia teimarei em substituir. Cheguei sempre à mesma conclusão:
A finalidade da vida não é ser religioso ou cumpridor. A finalidade da vida é ser intensamente feliz. É por isso que se é religioso e cumpridor. Ao cumprir os deveres, esquecemo-nos da sua razão de ser, esquecemo-nos de viver a vida. A vida passa-nos ao lado com todas as excelentes oportunidades para amar e ser feliz.
Vejo as dores como dores, não como oportunidades de amar. Vejo os prazeres como prazeres, não como momentos de felicidade. Vejo os deveres como deveres, não como caminho para a verdade. Vejo a vida como vida, não como parte da eternidade.
Achar que vou ser feliz no Céu e não perceber que o Céu é já cá, sabendo que o Céu veio viver e morrer aqui mesmo. Por se estar à espera do Céu, está a desperdiçar-se o Céu. Não se deve viver a Cruz, sabendo que já foi a Ressurreição.
É por isso que acho que a simplicidade é a melhor forma de encarar a vida. É certo que há situações complicadas mas existe sempre ao longe um farol. O pior é o irremediável. E o irremediável é a morte, e irremediavelmente para ela caminhamos.
Mas da morte e dos mortos também se faz a luz.
Vêm-me à memória uma notícia saída há dias na imprensa, e amplamente divulgada a nível mundial.
Um esqueleto de uma fêmea de hominídeo primitivo que viveu há 4,4 milhões de anos demonstra que os humanos não evoluíram do antepassado comum aos homens e aos chimpanzés. A investigação revela que ao contrário do que se pensava, não há um antepassado comum para as duas espécies, mas sim dois. Assim, os humanos descendem de uma espécie e os grandes símios provêm de outra. A pesquisa indica ainda que os chimpanzés não são um modelo desse misterioso antepassado, e que foram os símios africanos que evoluíram bastantes desde os tempos do último antepassado comum. Esta investigação põe em causa o decorrer da evolução humana e está a provocar um debate internacional.
Caiem por terras todas as teorias evolucionistas da espécie, de Charles Darwin, que aprendi no meu 1º ou 2º ano do curso complementar dos liceus.
Como por terra, constato, nas tertúlias entre umas “bejecas” com os amigos, se vão desmoronando parte das regras e comportamentos que defendia sobre as mulheres, as conquistas, os métodos, em suma: cama e sexo. Muitos homens, onde ainda me incluo, continuam a defender os velhos costumes do aqui, agora, já. E se não se consegue dormir com a mulher que acabámos de conquistar, enchemos-lhe a cabeça de paranóias: que alguma coisa de errado se passa com ela, que as outras conquistas / namoradas que tivemos não eram nada assim, e outras baboseiras que não me ocorrem. Se nada disto as faz mudar de ideias, optamos pela estratégia da vítima: que o problema é nosso, que não somos lá muito atraentes. Outros há e alguns conheço, que mal se apanham à mesa com uma infeliz, massacram-na com a história triste da sua vida, com o relato dos enganos a que foram sujeitos e oferecem-se a troco de cama, para aspirar a casa, passar o esfregão nos bicos do fogão, ir buscar as crianças à escola, ou o que mais for preciso, revelando um estado de desespero que envergonha qualquer homem nas proximidades.
Uns copos mais tarde, mudam o discurso e apressam-se a descrever feitos extraordinários executados sem a ajuda do “azulinho” ou do Kama Sutra e – indiferentes aos olhos abertos da interlocutora – enumeram engates e perguntam, sem inibições, medidas e marcas de lingerie. Perante esta triste figura, a fulana trata mas é de chamar imediatamente um táxi e alegar, apesar dos seus 50 bem aviados anitos, que a mãe não a deixa entrar em casa depois da meia-noite.
Não há nada pior que possa acontecer a um homem, que não tendo quem lhe passe a mão pelo pêlo, que deixar que toda a gente, o mulherio incluído, perceba o triste estado de precisão a que chegaram.
Ficar sem mulher acontece a qualquer um. Só que por muito que um homem cante de galo, e as estatísticas indiquem que há sete fêmeas para cada macho, a verdade nua e crua é que há fases de sequeiro, em que as ditas nem vê-las. Mas um tipo que os tenha no sítio não dá parte de fraco. Continua a tratar as criaturas com frieza e distância, a moderar as atenções, a servir telefonemas e sorrisos com parcimónia. A agenda está sempre preenchida e só com esforço se arranja uma vagazita para um rápido almoço. Com serenidade, marcam depois um jantar e mais tarde uma ceia porque sabem que só assim chegarão ao prato desejado.
Um tipo sabido nestas coisas continua a usar a aliança, nem que já se tenha divorciado há um par de anos, a um solteiro também dá jeito, usa-a, porque também aqui se aplica a inveja feminina daquilo que têm a vizinha.
Qual é a mulher que quer dar guarida a um gajo que não têm onde cair morto? Talvez a Rainha Santa Isabel, aquela do “são rosas”, mas é bom não contar muito com isso, porque essa senhora já se finou há muitos anos.
E aí, mais dia menos dia, o peixe vem à rede, que com o isco certo não há nenhuma que escape. É que mesmo com estas modernices da carreira e afins, elas são felizes é de volta dos tachos, a preparar o jantarinho aqui para os fregueses. Mas a malta, pá, tem que continuar sempre a dizer que se quiser vai comer ao restaurante.
- Zé Morgas, sabes que o resultado deste paleio é desastroso nessa tua alma atormentada. Essa Alma que vive de uma trilogia – passado, presente e futuro.
Passado é memória
Presente é hoje
Futuro é esperança
Tem a esperança futura com uma Fé inabalável, que saberás emendar-te. Aprenderás a emendar-te. Tem a esperança que ainda saberás escrever o livro da tua vida, com amor, em páginas douradas, debruadas a ouro, firmemente fixas à lombada.
Talvez devido à espiritualidade do local, estas foram as palavras que pensei ou julguei ouvir.
Em verdade, descobri recentemente, lendo um trecho de Gabriel Garcia Marques que fala de despedida, como chega o amor. Ele fala de tantas coisas que aprendeu com os homens e me ensina que: «quando um recém-nascido aperta com a sua pequena mão pela primeira vez o dedo de uma mão de sua mãe, a tem prisioneira para sempre».
O que ele talvez não tenha imaginado é a sensação de se ter o dedo apertado de uma só vez por duas poderosíssimas mãos que chegam de repente. É inútil tentar, além disso, também descobrir a fonte do amor. Já basta saber que ele chega de repente e que só precisa de um coração disponível para fazê-lo definitivamente prisioneiro.
Como dizia Shakespeare: “O amor sendo cego, os enamorados não podem ver as loucuras que cometem”.
Agora acredito, quero continuar a acreditar, que se pode ter raízes e ter asas.
Zé Morgas

Carta Aberta IX - Sr. Presidente C.M.Penamacor

Sr. Presidente
Em primeiro lugar e através desta carta aberta do Zé Morgas, permita-me que lhe dê com a maior sinceridade os meus Parabéns, e a todos os demais elementos eleitos, câmara, assembleia municipal e junta de freguesia, pela vitória obtida, nas eleições realizadas no passado domingo, dia 11. Ganha quem têm maior número de votos. Teve mais votos. Ganhou. Mais uma vez os meus Parabéns A minha educação, e, o meu desportivismo democrático isso exige. Em segundo lugar, deixo a solene promessa que continuarei a relatar em carta aberta, com a mesma honestidade e frontalidade que me caracterizam, os meus olhares atentos sobre a terra que me viu nascer. É com grande satisfação que constato, que alguns dos meus reparos foram solucionados. Observei nesta minha última estadia, que o problema das grades junto ao Museu Municipal, foi parcialmente resolvido. A grade, apenas foi soldada.
Sr. Presidente Sem querer avaliar da qualidade do trabalho efectuado, deveria no mínimo, a zona soldada, ter sido escovada e pintada, evitava aquela oxidação já visível. Uma pequena escova de aço e um spray de zinco, bastava. Acredito que não foi feito, porque talvez, quem o executou, não tivesse esses artigos disponíveis. Na escadaria de acesso, Selva da República ao Museu, continuam por colocar / soldar, os prumos em substituição do arame farpado. O perigo continua à solta. Sei que o mandará fazer, e mais, como brinde pela vitória obtida, presenteará o Povo de Penamacor com a pintura de todo o gradeamento / corrimão. Verde, até é a cor da esperança. Como ficará bonito, tudo pintadinho. Existe no mercado tinta de qualidade excelente, (Barbot) para aplicação directa sobre o ferro, nas condições em que se encontra. Evita os custos com a decapagem e a aplicação de primários. Sr. Presidente Para terminar, perdoando-me o humor gastronómico, por vezes ácido, desejo que tenha um estômago, “são e alarve” como o meu, para digerir em definitivo, durante o mandato que se segue, todos os problemas, ou a grande maioria, do nosso concelho. Para que os músculos do meu estômago não acusem flacidez futura, amanhã, voarei até terras do Jardim, O João, para me “atabojar” numa valente espetada madeirense em pau de louro, regadinha a verdelho.
Como muitas vezes, por aí ouvi:
"Com comida não se brinca, nem se estraga, vale mais fazer mal, que sobrar".
Atentamente
Zé Morgas

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

"Então é da Vela"

As eleições autárquicas estão à porta. São já Domingo.
Como vou votar a Penamacor, e quarta-feira vou jantar à Madeira, ao Estreito da Câmara de Lobos, e sempre que viajo, gosto de o fazer sem preocupações, aproveitei o dia de ontem para passar em Sines, depois de sair do meu emprego, para pagar as quotas do condomínio do meu apartamento, até ao final do ano.
O dia estava bonito, a vista sobre o mar era espectacular, os barcos ancorados ao largo enfeitavam o quadro.
Aproveitei para fazer mais uma reflexão, em quem vou votar.
A reflectir, a olhar o mar, em busca de uma sábia e certa decisão, veio-me ao pensamento, uma passagem ouvida, durante o jantar, na segunda-feira, no restaurante “Fontanhão” no concelho de Penamacor.
Contou o meu amigo “A Velha de Malcata” que estava um dia no café, junto com o “Tero Ferranho” a beber um copo de "três", a ouvir umas "estórias" quando chega um amigo do “Tero Ferranho”, bastante preocupado.
Queria regar a horta, mas o seu velhinho Pachancho, sempre operacional, desta vez, teimava em não puxar a água do poço.
“Tero Ferranho”, homem com um saber de experiência feito, adquirido com a dedicação de uma vida, corpo e alma, ás lides agrícolas, pensa, e … pergunta?
- Mas olha lá, o motor pega?
- Sim, trabalha, respondeu o amigo.
- E não tira água?
- Não, foi a resposta
- Então é da vela.

Foi o exclamado sábio veredicto de “Tero Ferranho”.
Votemos nós, Domingo, com a sábia mas certa decisão, da melhor escolha.
Zé Morgas

terça-feira, 6 de outubro de 2009

"Jaricos 2009"

Como prometido, estive no convívio " Os Jaricos” em Penamacor, no passado dia 3.
Jerico ou jarico? Levantou-se a discussão. Após pesquisa feita, o termo encontrado, e correcto, é jerico.
Contudo, desde sempre me lembro, de ter ouvido por parte do pessoal mais idoso em Penamacor o termo jarico. Assim, acredito ser mais um daqueles termos do léxico regional, que não consta nos dicionários, mas que o povo tão bem usa para seu belo prazer.
Doravante, pessoalmente sou de opinião que continuará a ser “jarico”, o termo usado, em futuros encontros. Aliás já o era, e, existe mesmo um hino ao “jarico”, que o Tó Alexandre tão bem canta. Mas, que não me lembro de ter ouvido cantar-se…
Muita gente bonita presente, muitas criançinhas, que deram uma divertida alegria e um especial colorido ao encontro, enfim, muitas/os amigas/os juntas/os.
Muita comida, pecou pelo excesso, muita bebida, diria mesmo que o consumo final, total, poderia ser avaliado, não em termos de litros, mas talvez em hectolitros. Contribui com a minha parte consumista, e, com uma directa em cima, valeu-me uma retemperadora “sorninha”, batida no meu “***** Mobile Ritz*****” .
Gostei.
Os meus parabéns aos “jaricos” organizadores.
Sem saber quem serão os próximos organizadores, "jaricos 2010", ofereço desde já a minha disponibilidade para ajudar no que for necessário em futura realização.
E, para que não venha “ougado” ou “aguado”, o porquinho no espeto terá presença obrigatória.
Entradas como as que foram servidas, é uma brutalidade, um estrago desnecessário, só refreiam o apetite.
Entradinhas sim, uma sopinha, um pratinho quente para as crianças, sem dúvida alguma, servido nesse espaço no 1º andar, mas, para ao núcleo duro, nada como um porquinho no espeto, a começar logo pelo almoço, ao ar livre. Têm outro sabor.
Pão, “boida”, um alguidarinho de salada e muita chichinha da boa…cortadinha na hora.
Ver-vos-ei a alguns, dia 11. Irei votar, aí em Penamacor. Façam o mesmo.
Beijinhos e abraços a todas/os as/os presentes
Zé Morgas

Ps:
As fotos são de uma matança de um porco preto, criado "caseiramente", para uma lestada, com o meu grupo de companheiros do asfalto, do Grupo Mototurismo Litoral Alentejano.

"Carne mais boa, nunca comi".

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

MotoGP Estoril 2009

É já no próximo dia 4 do corrente mês, que o Autódromo do Estoril servirá de palco para a próxima etapa da temporada de MotoGP 2009.
Valentino Rossi, “The Doctor”, actual campeão do mundo de MotoGP, é a estrela mais aguardada no circuito português, não só por ser o nome que granjeou maior número de fãs nos últimos anos, onde me incluo, conquistando oito campeonatos mundiais de motociclismo, como também, pelo ano recheado de triunfos que está a ter.
Tenho a convicção de que se sagrará novamente campeão este ano. Leva uma vantagem de 30 pontos sobre o seu colega de equipa, o espanhol Jorge Lorenzo.
Contudo, é com a maior mágoa que este ano, não estarei presente no Estoril.
Dia 3 de Outubro, realiza-se em Penamacor, o convívio dos “Jaricos”, no recinto de Nossa Senhora do Incenso. Autêntica maratona gastronómica. Invariavelmente termina sempre pela madrugada. Fui convidado, seria deselegante da minha parte recusar o convite.
Ainda equacionei, partir com uma directa para o autódromo, assistir ás corridas, e no final da tarde, regressar a Penamacor.
Mas…tenho lá tantas presenças, é hora de aprender a poupar-me a algumas loucuras, para o ano há mais. "Curtirei" as emoções próprias das corridas de mota, no próximo dia 25 de Outubro em Portimão. Realiza-se nessa data, mais uma prova do campeonato mundial de Superbikes. Ontem mesmo, O Grande Capitão Espargo, fez a reserva dos bilhetes pela Net, para o grupo do costume.
A todos os companheiros do asfalto, que irão estar presentes no Estoril, desejo
Boas curvas, momentos divertidos,
E que ganhe o Valentino “The Doctor" Rossi.
Zé Morgas