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segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Jefatura de Tráfico

Ex mo. Sr. Embaixador de Espanha em Portugal
Ex mo. Sr. Embaixador de Portugal em Espanha

Eu, José Salgueiro Cunha De Almeida, cidadão Europeu, nascido em Portugal, na Vila de Penamacor, a residir em Vila Nova de Santo André, venho por esta forma relatar um facto ocorrido em Espanha, na via A 49, sentido Sevilha - Huelva, ao quilómetro 0003,500 no passado dia 30 – 11– 2009, cerca das 10 horas e 40 minutos, auto nº: 410700703272.
Ex mo. Sr. Embaixador de Espanha em Portugal
Ex mo. Sr. Embaixador de Portugal em Espanha
Tenho milhares de quilómetros percorridos de mota por Portugal de Lés a Lés, Espanha, Marrocos e Madeira
Espanha, desde há muito que é um dos lugares de eleição para os meus passeios moto turísticos.
Enumerar aqui todos os locais que já visitei em Espanha, seria tarefa difícil, não me lembraria por certo de todos. Permito-me contudo lembrar alguns dos mais importantes, passeios de dois, três dias, e, alguns de uma semana:
Santiago de Compostela; Picos da Europa; Santander, Bilbau; Valladolid, Pinguinos; Salamanca; Cuenca; Granada; Ronda; Puerto de Santa Maria, foi em Puerto, que tentaram roubar-me a mota, por incrível que pareça, devidamente estacionada num parque, frente ao edifício do tribunal, apenas não a levaram, porque, ao “chantarem” os fios, depois de todos cortados, por erro?!, queimaram o fusível geral, sorte a minha, azar o dos larápios; Mérida; Córdoba; Sevilha.
Foi no regresso a Portugal, deste meu último passeio de 4 dias por terras de Espanha. Quando circulava na via referenciada, reparei pelo retrovisor que um carro da polícia se aproximava. Ouvi o barulho das sirenes e via os pirilampos ligados. Regressavam comigo a Portugal, mais duas motas e um carro.
Observei que a autoridade começava a “forçar” a ultrapassagem ao carro português e isso aconteceu. Posicionaram-se na traseira da minha mota, e começam a forçar nova ultrapassagem. Pensei ser um carro batedor da polícia. Desviei-me um pouco para a direita, todos circulávamos na faixa da esquerda, e dou com a viatura ao meu lado. Olhei de soslaio pelo canto da viseira, e reparo que um agente me faz um sinal para me desviar par a direita. Cumpri, vão com pressa, deixa-os seguir, foi o que pensei.
Eis senão quando, reparo que me começam a encostar, a meter a frente da viatura sobre a minha mota e a gesticular.
Nem queria acreditar, sabia estar em Espanha e não no Far West.
Sem saber o motivo de tal actuação, lá fui andando até parar, encostado à traseira da viatura da polícia, junto aos rails do lado direito da via.
Antes mesmo que tivesse tempo para tirar o capacete, sai um agente da viatura e começa a fotografar a minha mota. O que se passa? Interroguei-me.
Tirei apenas o capacete, mantive sempre a balaclava colocada, ver o meu rosto não devia ser coisa importante, porque nem me pediram para a tirar, e, começa um agente por me perguntar se tinha residência em Espanha, disse-lhe que não, de facto não tenho. Diz-me então que tinha de pagar uma multa. Se tinha dinheiro comigo. Dinheiro, Dinheiro, ou então tinha que os acompanhar até um”cajero”, julgo que se trata de uma caixa Multibanco.
Interroguei o agente da autoridade, o porquê da multa. Percebo então, que pelo facto de ter, uma pequena bandeira do meu país, que anda naquela mota desde o Europeu de 2004, outra lá andou desde o dia em que a comprei, outras andaram noutras motas que já tive, pendurada, tinha originado todo aquele aparato
Pela atitude do agente percebi, que outra solução não me restava senão pagar.
Os olhos pareciam brilhar de ganância.
Foi o que fiz.
Admirado fiquei também, quando reparei, que no local onde assinei, tinha uma nota a dizer, que a assinatura não implica conformidade. Pudera, conformidade para quê? Se o que querem é dinheiro, vivo de preferência, ali na hora. Identificação dos agentes, só um número. Parecia que estava no terceiro mundo e não num país europeu, dito civilizado.
Como era a primeira vez que era confrontado com tal situação, fiquei sem na realidade saber o que fazer, e quais os direitos que me assistem como cidadão europeu. De uma coisa apenas tinha a certeza: o agente apenas queria o dinheiro, prova é que escreveu o valor da multa na mão, apontava com o dedo, dizia que tinha que pagar, pagar, enquanto o seu colega, sem nunca nada ter dito, se limitava a escrever num desses aparelhos que a tecnologia lhes faculta.
Senti-me um mero cidadão impotente, que apenas têm direito à indignação.
Pergunto?
O que fazer, se não estiver de acordo com a multa?
Pagar no momento, soube posteriormente, invalida que possa contestar a multa. Como fazê-lo sobre a forma de depósito?
O que o agente viu numa simples e inofensiva bandeira. O tratamento que tive naquela via é digno. Quem assistiu, deveria ter pensado que eu era o mais perigoso bandido da península ibérica. Aquele acto deixou preocupados, os meus companheiros de fim-de-semana, por não saberem o que se estava a passar. Encontrei-os à minha espera, no posto de combustível próximo.
Ex mo. Sr. Embaixador de Espanha em Portugal
Ex mo. Sr. Embaixador de Portugal em Espanha
Durante o resto da viagem de regresso a Portugal, duas interrogações me ocorreram:

- Será que o agente, por ver a bandeira do meu país, se lembrou do desaire de Espanha no Campeonato Europeu de Futebol de 2004?

- Será que o agente, por ver a bandeira do meu país, e ser véspera de uma tão importante data para o povo português, Revolução da Independência de 1 de Dezembro de 1640, por revanchismo me resolveu multar?
Ex mo. Sr. Embaixador de Espanha em Portugal
Ex mo. Sr. Embaixador de Portugal em Espanha
È sempre com desagrado, que oiço e vejo nos média, notícias sobre problemas com actos de terrorismo. Espanha já sofreu alguns desses actos. Creio ser um bom prémio para o agente que me multou, ser colocado num desses grupos anti-terrorismo: quem vê o perigo que viu, numa simples e inofensiva bandeira, o que não verá esse agente em mecanismos realmente perigosos…
Com os mais respeitosos cumprimentos
José De Almeida

2 comentários:

  1. Que desgraça amigo.Vamos juntar as tropas e invadir Espanha!
    As espanholas que se cuidem,porque os de 78 vão vingar-te camarada,nem que seja á dentada.
    Querido Portugal.
    Os polícias conheceram-te pá,e pensaram que eras da ETA,vermelhão e nutrido.Vamos aviá-los!

    Abraço

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  2. Inconcebível! Lamentável. Uma espanholada!!!
    Também com a nossa GNR me aconteceu. Queriam mesmo multar-me; ia com uma carrinha de Crianças, quando, depois de darem volta a tudo, repararam que, na caixa de primeiros socorros, devidamente sinalizada com cruzes vermelhas, comprada numa casa da especialidade com aprovação CE. Mas não tinha escrito PRIMEIROS SOCORROS e multa. Agora o importante: no papel da multa vem a opção de concordar ou não concordar com a multa, devendo NÓS fazer um X no quadrado respectivo. Só mais tarde vi que ELES já tinham posto o X no quadrado da concordância, pelo que o DEPÓSITO se transformou em DEFINITIVO, sem direito a RECURSO. Estejam atentos!!!

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