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segunda-feira, 31 de março de 2014

Carta Aberta XXXV - Sr. Presidente C.M.Penamacor


Sr. Presidente

Nesta minha última estadia em Penamacor, reparei que decorriam obras de beneficiação no Chafariz da Senhora dos Caminhos, assim o conheço.
Hoje mesmo na li internet uma antologia de comentários sobre a referida intervenção, com os quais concordo em absoluto, e com a devida vénia aos autores, que deliberadamente omito o nome, me permito dar-lhe a conhecê-los, porque creio merecerem de Vª Exª a maior e mais séria reflexão.
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Penamacor. Restauro no chafariz de 1875.
PORQUE DEVE SER USADA A MESMA COR (OCRE VERMELHO) NA BARRA DA BASE?
Porque é uma marca de ancestralidade que bebe no séc. XVI, quando os Judeus se estabeleceram no nosso país, so...bretudo na beira raiana e, por tal motivo, esta cor não aparece noutras regiões.
Por influência Bíblica, os judeus associavam o OCRE VERMELHO ao sangue do primeiro homem - Adão.
Passando de geração em geração, esta cor vai predominar onde os Judeus se estabeleceram. Na Judiaria de Penamacor (Cimo de Vila) todas as casas antigas ainda a evidenciam. Só por falta de tempo hoje não fiz esse levantamento que aqui publicarei!
Se puserem azul, vão destruir mais uma marca judaica na Vila. Não queremos afinal integrar a REDE DE JUDIARIAS? Depois não nos queixemos.
Creio que sabem que eu não defendo a cor por a achar bonita... O critério tem de ter uma base científica, neste caso a tradição. Limitei- me a explicar a origem da tradição. Pensei inicialmente não ser necessário...
Porque sei de membros do grupo interessados na defesa do nosso património, aqui deixo a indicação da obra de um especialista : Arquiteto José da Conceição Afonso, grande estudioso da Judiaria de Medelim, que já integra, como sabem, a referida rede.
Desculpem a longa legenda...

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Muito bom trabalho.
Esse sim é um argumento inteligente e historicamente fundamentado. Não querem integrar Penamacor na rota das judiarias?? Pois então há que manter as poucas tradições judaicas que ainda subsistem no Concelho. Aliás o Ministério dos Negócios Estrangeiris, do qual faço parte, está apostado em reforçar os laços polítivos e económicos com Israel. Fala-se numa ligação aérea direta entre os dois países para fomentar o turismo religioso no nosso país, que dispõe de um património enorme - material e imaterial - no que se refere à cultura judaica. Talvez em vez de um arquiteto fosse mais útil um historiador...
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É assim mesmo. A tradição e a cientificidade da mesma devem ser pontos de partida para qualquer intervenção
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Estamos sempre a aprender. Total desconhecimento, não sabia que no Cimo de Vila havia vestígios de uma antiga judiaria.

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Eu também não sabia!!! E voltando ao que se passou recentemente em Medelim, este é mais um exemplo do esforço de preservação da memória histórica, aos mais diversos níveis, a que os sucessivos Presidentes de Câmara de Idanha se têm dedicado. O mais recente exemplo será o agora anunciado Museu das Tradições da Semana Santa... E claro, já não falo nos vários exemplos de preservação do património em todo do Concelho de Idanha, o que certamente muito contribuirá para o significativo número de turistas que visitam esse Concelho... Infelizmente Penamacor teima em não olhar para os bons exemplos...
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Aprender com quem sabe é uma grande virtude! Espero que esta explicação tenha contribuído para uma maior sensibilização dos autarcas de Penamacor! Já é tempo de zelarmos pelo nosso património.
Queremos ou não desenvolver o concelho de Penamacor?
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O nosso Ribeiro Sanches nasceu no Cimo de Vila, de pais judeus! Sobretudo a rua e travessa de São Pedro tem quase todas as casas ainda com as pedras originais nas características portas largas, ladeadas por portas estreitas. No meu mural já publiquei essa observação. Em tendo um bocadinho farei um álbum com esse dado aqui para o grupo.
Boa tarde nesta péssima tarde de frio e muita chuva!

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Consigo, drª. Com Penamacor! Força.
A força do seu saber é a força do seu querer.
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Sr. Presidente
Não me alongo mais mas permita-me recordar-lhe aqui um dos 7 Hábitos Maximizer, de Franklin Covey.
È o hábito 2 dos 7 Hábitos das pessoas Altamente Eficazes:
Comece com o fim em mente”.
Além dos muitos colossais mamarrachos já existentes, não lhe juntemos agora um sem número de tesourinhos deprimentes...
Há que fazer, mas saber o que se faz.
Não se faça só por fazer, apenas porque se têm poder.
Penamacor merece de nós o melhor contributo.
Sempre ao dispor

Zé Morgas

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