Há já muito tempo que não passava um período tão longo em Penamacor pela altura da Páscoa. Foi um pleno de quinta a segunda, dia da festa da Padroeira, Nossa Senhora do Incenso. Assisti ao torneio de 24 horas de futebol realizado pela ADEP, no pavilhão Gimno desportivo municipal. E foi na zona do bar, ao olhar pelas janelas lá para os lados da Serra de Estrela, coberta de neve, que resolvi dar um passeio a pé, coisa que também há muito tempo por ali não fazia, até ao mini campo de futebol em frente ás piscinas municipais, para tirar umas fotos, curtir aquela magnifica paisagem sobre as serras e respirar aquele ar ainda tão puro, onde os 20.9 % de O2, são valor mínimo.
Qual o meu espanto, quando vejo, bem ali à frente dos meus olhos, a nascer um aterro de lixo, entulho, proveniente de obras por ai efectuadas. Como é possível Sr. Presidente que tal aconteça.
Ainda ninguém deu por nada? Deixo-lhe aqui o alerta e a foto.
Mas mais Sr. Presidente.
Ele há coisas do arco-da-velha.
Sábado, estive no hospital de Castelo Branco, para fazer uma visita a um Velho Grande Amigo que ali se encontrava internado. Finda a visita, resolvi fazer uma outra, a uns familiares meus. Não estavam em casa, telefonei a um primo e perguntei-lhe pela mãe, a minha tia. Disse-me estar em Penamacor na Boavista, mas de partida. Perguntou-me se sabia onde era. - Oh se sei, respondi.
Muitas foram as vezes que acompanhei o meu avô e avó, maternos, e o seu meio de transporte, um burrico, até ao campo da Boavista. Entrava pelo caminho dos Castelos, esses tais, Sr. Presidente, da promessa sempre adiada de um dia serem hotel. Outras vezes, fui ao campo da Boavista, com o meu pai, num velhinho Vauxhall Wyvern de 1951, matricula GB-17-50, buscar as saquitas de azeitona. Era o acesso feito por um caminho à direita, a seguir ás Curvas da Cardosa. Com o pensamento nestas memórias, resolvi, na segunda-feira, antes de ir até ao Recinto de Nossa Senhora do Incenso, deslocar-me à Boavista, e se bem o pensei melhor o fiz. Sr. Presidente, saído do asfalto, mal entro no caminho, apanho um choque visual que ainda me mantém a vista dormente e turva:
Uma enorme lixeira de pneus. Nem queria acreditar. Mas as surpresas continuaram: toneladas de vasilhame de vidro, lixo doméstico, etc…
Sr. Presidente da Câmara Municipal de Penamacor permita-me que aqui faça apelo nesta Carta Aberta, e mais por uma questão sentimental, a uma cunha para interceder junto de Vª Exª. e com Vª Exª. na resolução desse problema “negro de borracha”:
O Sr. Presidente da Assembleia Municipal de Penamacor, Dr. Jorge Seguro Sanches.
Jorge, perdoa-me este trato tutear, muitas foram as vezes que palmilhei com a minha avó esses caminhos, ouvindo histórias e observando aquela beleza dos campos de antigamente. Mas, o que quero aqui é recordar algo que sempre me intrigou, o respeito que a minha avó tinha pelo seu irmão, e a forma como com ele falava: Tratava-o por Senhor. O irmão da minha avó, Ti Conceição Pereirinha, era o teu avô, José Do Nascimento. Pelo respeito que a alma de ambos me merecem, (Deus os tenha em boa companhia, por muitos anos à nossa espera) pelo verde que gostaria de por aí voltar ver, como via quando em miúdo por ai passava, não hesites nem temas em mover esforços para solucionar esse gravíssimo problema na zona da Cardosa, mesmo que as reuniões ou audições com a Ministra do Ambiente, como li hoje no teu FB, sejam sobre o Plano Nacional de Barragens. Afinal, até temos ali um gravíssimo problema ambiental, que urge solucionar. Junte-se à vossa voz, a voz do Presidente da Junta de Freguesia. Criem as sinergias necessárias. Que a demora e o relaxo, não se torne peso nas vossas consciências.
Zé Morgas
Desconhecendo por completo toda essa intoxicação ambiental em redor da nossa maravilhosa terra, podes contar com todo o meu apoio, infelismente é só o que posso dar, mas penso que as cunhas estão bem metidas, agora um esforço dessa parte.
ResponderEliminarZé,
ResponderEliminarMais um lindo texto de um lutador inabalável pelo bem do nosso Concelho.
As fotos dizem até de mais e não havia necessidade... Penso eu, que até pago duas vezes para tratamento do lixo que aí não produzo...