Foi em Aldeia de São Xisto, que o grupo decidiu visitar a Veneza Portuguesa, Aveiro.
Por razões de disponibilidade de alojamento no hotel Meliã Ria - Spa para todo o grupo, foi o passeio marcado para os dias 16 a18 de Outubro, sábado, domingo e segunda-feira.
Desta vez nem me preocupei em saber o percurso definido de ida e volta, nem o número de pessoas inscritas. Preocupação mesmo, saber apenas o local de encontro e a hora de partida.
Assim, só no sábado durante o pequeno-almoço fiquei a saber que o número total de pessoas era de treze: seis “casalinhos” e “Eu”, só. Dos habituais companheiros que costumam viajar solitariamente, apenas eu estava presente.
Igualmente soube que dois casalinhos seguiriam mais tarde, um iria de “enlatado”, e parte do percurso seria feito por auto-estrada.
Havia que partir. Cinco motas e nove passageiros.
Grândola, A2, apanhámos com forte nevoeiro na zona de Alcácer do Sal, sobre o Rio Sado, A13, A10, desta vez sim, com nevoeiro à séria, cerradíssimo, sobre os rios Sorraia e Tejo, mal se enxergava a estrada, cuidados redobrados na condução, e saímos no Carregado para a N1.
Alenquer, Cheganças, Ota, as vezes que percorri esta estrada nos meus tempos de recruta e curso, passados na Força Aérea Portuguesa já lá vão trinta e dois anos, Espinheira, Cercal, A-dos-Francos, A15, A8, A17, saída na 109-8 em direcção a Quiaios para almoçar.
Foi a primeira vez que circulei pela A17.
Até dói a Alma.
Três faixas de rodagem, movimento nem vê-lo, é certo que era um sábado de manhã, mas os vestígios de pneu no asfalto eram nulos, o que revela o pouco movimento da via. Que desperdício de dinheiro do contribuinte português. Quase encostada passa a A1.
Obras assim, só comprovam o clientelismo e o saque reinante no nosso pobre Portugal.
Parámos no café restaurante PousaFol, na Rua da Praia em Quiaios, Figueira da Foz.
A maioria do grupo escolheu polvo assado no forno com batatas a murro.
Surpreendentemente tenrinho. Confesso com verdade, foi o melhor polvo assado no forno acompanhado com batatas a murro, que comi na minha vida.
Simplesmente divinal e o preço extraordinariamente baixo!!!
Satisfeitos e contentes, havia que seguir viagem.
Tinham o P.C. e o H.M. consultado o mapa das estradas, e decidido, que seria uma viagem bonita, panorâmica, até à praia de Mira, circular junto ao litoral.
Foi a rota que introduziram no GPS.
À saída de Quiaios, no início da estrada camarária que iríamos percorrer, reparei numa placa, como também reparou o A.G., que dizia:
“Praia de Mira – 26 Km”.
A rolar devagar, o piso era manhoso, começo, começamos a notar a falta de asfalto, buracos à fartazana, cada vez mais, mas sempre a pensar que seria algo passageiro, umas poucas dezenas de metros, umas poucas centenas talvez.
Por razões de disponibilidade de alojamento no hotel Meliã Ria - Spa para todo o grupo, foi o passeio marcado para os dias 16 a18 de Outubro, sábado, domingo e segunda-feira.
Desta vez nem me preocupei em saber o percurso definido de ida e volta, nem o número de pessoas inscritas. Preocupação mesmo, saber apenas o local de encontro e a hora de partida.
Assim, só no sábado durante o pequeno-almoço fiquei a saber que o número total de pessoas era de treze: seis “casalinhos” e “Eu”, só. Dos habituais companheiros que costumam viajar solitariamente, apenas eu estava presente.
Igualmente soube que dois casalinhos seguiriam mais tarde, um iria de “enlatado”, e parte do percurso seria feito por auto-estrada.
Havia que partir. Cinco motas e nove passageiros.
Grândola, A2, apanhámos com forte nevoeiro na zona de Alcácer do Sal, sobre o Rio Sado, A13, A10, desta vez sim, com nevoeiro à séria, cerradíssimo, sobre os rios Sorraia e Tejo, mal se enxergava a estrada, cuidados redobrados na condução, e saímos no Carregado para a N1.
Alenquer, Cheganças, Ota, as vezes que percorri esta estrada nos meus tempos de recruta e curso, passados na Força Aérea Portuguesa já lá vão trinta e dois anos, Espinheira, Cercal, A-dos-Francos, A15, A8, A17, saída na 109-8 em direcção a Quiaios para almoçar.
Foi a primeira vez que circulei pela A17.
Até dói a Alma.
Três faixas de rodagem, movimento nem vê-lo, é certo que era um sábado de manhã, mas os vestígios de pneu no asfalto eram nulos, o que revela o pouco movimento da via. Que desperdício de dinheiro do contribuinte português. Quase encostada passa a A1.
Obras assim, só comprovam o clientelismo e o saque reinante no nosso pobre Portugal.
Parámos no café restaurante PousaFol, na Rua da Praia em Quiaios, Figueira da Foz.
A maioria do grupo escolheu polvo assado no forno com batatas a murro.
Surpreendentemente tenrinho. Confesso com verdade, foi o melhor polvo assado no forno acompanhado com batatas a murro, que comi na minha vida.
Simplesmente divinal e o preço extraordinariamente baixo!!!
Satisfeitos e contentes, havia que seguir viagem.
Tinham o P.C. e o H.M. consultado o mapa das estradas, e decidido, que seria uma viagem bonita, panorâmica, até à praia de Mira, circular junto ao litoral.
Foi a rota que introduziram no GPS.
À saída de Quiaios, no início da estrada camarária que iríamos percorrer, reparei numa placa, como também reparou o A.G., que dizia:
“Praia de Mira – 26 Km”.
A rolar devagar, o piso era manhoso, começo, começamos a notar a falta de asfalto, buracos à fartazana, cada vez mais, mas sempre a pensar que seria algo passageiro, umas poucas dezenas de metros, umas poucas centenas talvez.
Cruzámos com dois ou três “enlatados”, observei os sorrisos marotos com que os ocupantes nos olhavam, que apenas percebi, depois de seis quilómetros percorridos.
Parei, seguia na cabeça do grupo, parou também o P.C e o A.G.
O Homem do Caminhão-Tir e o H.M. que o escoltava, vinham lá na retaguarda.
Reunidos, uma breve troca de palavras, e decidimos avançar com a esperança que já pouco faltava para superar aquela “auto-estrada” digna de roteiro no mais violento Portugal de Lés a Lés, em Mota, em que alguns elementos do grupo participaram.
Equacionou o Homem do Caminhão-Tir voltar para trás.
Feliz a decisão de o não ter feito. Sabendo à posteriori o que lhe aconteceu, adornou a montada, apoiando-a no chão esburacado, soltando a pendura, que rogou encomendas a Deus e ao diabo.
Se o mesmo lhe acontecesse sozinho no percurso “volta atrás”, só com a ajuda da pendura, não tinha elevado aquele veículo longo e pesado, à posição vertical.
Atalhou caminho na primeira oportunidade, direitinho ao Hotel, por ironia, quando as dificuldades “esburacais” acabaram.
Com piso de luxo seguimos por Mira, Costa Nova, lindos os típicos palheiros, até à Gafanha da Encarnação.
Abancámos no bar a Bruxa, e ornamentámos as mesas com dois jarrinhos da típica bebida ali servida, alcoólica sem dúvida, acompanhada pelos inseparáveis “empalhados”, um misto servido de tremoços, azeitonas e amendoins em quantidade industrial, generosamente pagos.
Para agradável surpresa, e porque sabia onde estávamos, lá se juntou a nós o casalinho do Caminhão-Tir, fresquinhos como alfaces.
A minha avó bem me dizia, por vezes para acalmar o espírito nada melhor que vociferar uns chorrilhos e umas “carvalhadas e orvalhadas” aos sete ventos. Eficaz.
Chega entretanto o casalinho que tinha viajado de “enlatado”.
Mais um jarrinho e dois “empalhados”, para os servir.
Ruma o grupo ao Hotel, parqueámos as motas e o estafado ritual do costume.
Combina-se a hora para jantar, 20 horas.
Até lá …repouso, piscina, massagens, Spa.
Eu e o A.G. decidimos fazer uma primeira incursão pela cidade para saborear um petisquinho e umas loiras fresquinhas.
De regresso ao hotel, demos de caras com a inauguração de uma loja da “Ana Salazar”.
Como o mundo é cruel. Aqueles franzinos “corpos passa fome”, vestidos com aquelas indumentárias, que pomposamente chamam de moda, se eu me atrevesse a usá-los na minha Mui Nobre Vila de Penamacor, não faltaria quem alvitrasse:
“Coitado, olha o maltrapilho, só traz trapinhos no corpo”.
Moda é moda e gostos não se discutem.
No hall do hotel estavam já alguns companheiros, chegara entretanto o Capitão Penetra e a pendura.
O Homem do Caminhão-Tir e o H.M. que o escoltava, vinham lá na retaguarda.
Reunidos, uma breve troca de palavras, e decidimos avançar com a esperança que já pouco faltava para superar aquela “auto-estrada” digna de roteiro no mais violento Portugal de Lés a Lés, em Mota, em que alguns elementos do grupo participaram.
Equacionou o Homem do Caminhão-Tir voltar para trás.
Feliz a decisão de o não ter feito. Sabendo à posteriori o que lhe aconteceu, adornou a montada, apoiando-a no chão esburacado, soltando a pendura, que rogou encomendas a Deus e ao diabo.
Se o mesmo lhe acontecesse sozinho no percurso “volta atrás”, só com a ajuda da pendura, não tinha elevado aquele veículo longo e pesado, à posição vertical.
Atalhou caminho na primeira oportunidade, direitinho ao Hotel, por ironia, quando as dificuldades “esburacais” acabaram.
Com piso de luxo seguimos por Mira, Costa Nova, lindos os típicos palheiros, até à Gafanha da Encarnação.
Abancámos no bar a Bruxa, e ornamentámos as mesas com dois jarrinhos da típica bebida ali servida, alcoólica sem dúvida, acompanhada pelos inseparáveis “empalhados”, um misto servido de tremoços, azeitonas e amendoins em quantidade industrial, generosamente pagos.
Para agradável surpresa, e porque sabia onde estávamos, lá se juntou a nós o casalinho do Caminhão-Tir, fresquinhos como alfaces.
A minha avó bem me dizia, por vezes para acalmar o espírito nada melhor que vociferar uns chorrilhos e umas “carvalhadas e orvalhadas” aos sete ventos. Eficaz.
Chega entretanto o casalinho que tinha viajado de “enlatado”.
Mais um jarrinho e dois “empalhados”, para os servir.
Ruma o grupo ao Hotel, parqueámos as motas e o estafado ritual do costume.
Combina-se a hora para jantar, 20 horas.
Até lá …repouso, piscina, massagens, Spa.
Eu e o A.G. decidimos fazer uma primeira incursão pela cidade para saborear um petisquinho e umas loiras fresquinhas.
De regresso ao hotel, demos de caras com a inauguração de uma loja da “Ana Salazar”.
Como o mundo é cruel. Aqueles franzinos “corpos passa fome”, vestidos com aquelas indumentárias, que pomposamente chamam de moda, se eu me atrevesse a usá-los na minha Mui Nobre Vila de Penamacor, não faltaria quem alvitrasse:
“Coitado, olha o maltrapilho, só traz trapinhos no corpo”.
Moda é moda e gostos não se discutem.
No hall do hotel estavam já alguns companheiros, chegara entretanto o Capitão Penetra e a pendura.
Todos juntos, partimos à procura de poiso para jantar.
A caminho do Largo do Mercado do Peixe encontrámos um indígena de Aveiro, nosso colega na Repsol, que nos indicou o restaurante “O Telheiro” para jantar, para onde nos dirigimos. Informaram-nos que não havia lugares. As mesas estavam todas reservadas. Ao balcão um número considerável de clientes à espera de vaga.
A caminho do Largo do Mercado do Peixe encontrámos um indígena de Aveiro, nosso colega na Repsol, que nos indicou o restaurante “O Telheiro” para jantar, para onde nos dirigimos. Informaram-nos que não havia lugares. As mesas estavam todas reservadas. Ao balcão um número considerável de clientes à espera de vaga.
Fiz um telefonema a um meu amigo de Penamacor, conhecedor da gastronomia da cidade, aconselhou-me o “Mercantel”. Perguntei a um transeunte onde se localizava, informou-me que estava fechado para férias. Que pena.
Com a recomendação na memória de um colega de turno, o D.B., que no verão passado por aquelas bandas passou férias, fomos à descoberta do afamado restaurante “Salpoente”.
Com a recomendação na memória de um colega de turno, o D.B., que no verão passado por aquelas bandas passou férias, fomos à descoberta do afamado restaurante “Salpoente”.
Consta no roteiro gastronómico elaborado pela Repsol.
Sem mesa para todo o grupo, fomos divididos em dois: sete, seis.
Obviamente!!! fiquei no G7.
Cada qual escolheu o que mais lhe agradou, contas pagas, e já na rua, circulando junto ao canal de S. Roque a conversa centrava-se sobre uma pequena banhada comum ás duas mesas: foram cobradas entradas de cogumelos, não servidas. Ficámos com a sensação de ser uma prática corrente. De lamentar.
Para atenuar a tristeza, nada melhor que um round pelos inúmeros bares, bem frequentados, na zona do Largo do Mercado do Peixe. Afinal, Aveiro têm um enorme Campus Universitário, dizem que com quase vinte e cinco mil inquilinos.
Sem mesa para todo o grupo, fomos divididos em dois: sete, seis.
Obviamente!!! fiquei no G7.
Cada qual escolheu o que mais lhe agradou, contas pagas, e já na rua, circulando junto ao canal de S. Roque a conversa centrava-se sobre uma pequena banhada comum ás duas mesas: foram cobradas entradas de cogumelos, não servidas. Ficámos com a sensação de ser uma prática corrente. De lamentar.
Para atenuar a tristeza, nada melhor que um round pelos inúmeros bares, bem frequentados, na zona do Largo do Mercado do Peixe. Afinal, Aveiro têm um enorme Campus Universitário, dizem que com quase vinte e cinco mil inquilinos.
Onde há juventude há vida. Gostei.
Um senão. No bar “Bucha e Estica” os cocktails servidos, caros, primavam pelo excesso de gelo.
Domingo.
Em agenda o habitual passeio de autocarro a céu aberto, e o obrigatório passeio de barco “Moliceiro” pelos canais da cidade, que lhe valem o cognome de “Veneza Portuguesa”.
Feito o passeio de autocarro pela cidade com extensão até Ílhavo, e passagem pela fábrica de porcelana da Vista Alegre.
Chega a hora de almoço.
Um dos meus pratos predilectos é enguias, sejam fritas, de caldeirada ou de ensopado.
Divididos entre onde ir, em qualquer grupo há sempre um Mc`Donalds dependente, decidi, e porque ainda era cedo, pouco passava do meio-dia, que ia ao restaurante “O Telheiro”.
Comigo, alinharam o P.C. e o A.G. e as respectivas esposas. Lá nos arranjaram uma mesa. Escolhemos enguias, fritas e ensopado. A Lalá que não gosta de enguias, escolheu outro prato, que mandou atrasar para comer juntamente connosco, quando chegasse o ensopado
É demorado o serviço. Vieram as enguias fritas, acompanhadas com um molho que de escabeche têm o nome, é azeite quente, vinagre, alho frito e sal.
Faltou ali no molho, cebola, semente de coentros, gengibre, louro, pimenta, piripiri, e habilidosa mão.
As salas encheram-se de repente, e devem-se ter esquecido de nós. Íamos dormindo à espera da "bagagem".
Depois da reclamação pelo tempo de espera, chega o ensopado e o prato da Lálá.
As enguias vinham frias, o pão em vez de frito, torrado, mal torrado e espapaçado do molho, molho a acusar o abuso do açafrão.
Que saudades senti das enguias que frequentemente como em Deixa o Resto, na Tasquinha do Ilídio.
De louvar apenas a sobremesa comida: Sopa Dourada, composta por uma base de pão-de-ló coberta com ovos-moles, tudo enfeitado com passas, pinhão, nozes e canela.
A conta sim, trazia todo o valente escaldão que a comida não levou.
Desgostosos mas serenos, restava-nos digerir a mágoa do almoço, passeando de barco “Moliceiro” pelos canais da cidade.
Foi o que fizemos.
Terminado o passeio optámos por uma visita ao Fórum Aveiro, que está situado no coração da cidade, integrado no centro histórico e comercial. A sua excelente localização permite-lhe beneficiar de uma envolvência paisagística única e de acessos facilitados, enquadrando o principal canal da cidade. Distingue-se arquitectonicamente pelo espaço ao ar livre e utilização de materiais naturais da zona, além dos jardins suspensos da cobertura.
Queimado algum tempo, fomos ao encontro dos restantes companheiros que estavam no hotel. Bebidas umas “copas” no bar do hotel, com vista sobre o canal e o bonito edifício do Centro Cultural e de Congressos de Aveiro, antiga fábrica Jerónimo Pereira Campos, chega a hora de jantar. Escolhemos o Restaurante Ferro.
Era a primeira vez do grupo com todos reunidos na mesma mesa, em número de treze.
Há quem diga que trás azar. Não acredito, mas…
A escolha não era vasta, escolheu a maioria entrecosto grelhado. Para surpresa de todos, aparte uma ou duas travessas que ainda lhe viram a cor, todas as restantes só traziam entremeada. Alertado o funcionário para o sucedido, ainda quis trocar as voltas ao pessoal, que por ali, entrecosto e entremeada era tudo e a mesma coisa.
Reconhecendo que a justificação não pegava, lá se prontificou a trazer uma travessa de entrecosto, não sem antes derrubar o meu copo de vinho sobre a minha travessa de comida. Desastrado.
Chega entristecido junto da mesa, porque na cozinha lhe tinham dito não haver mais entrecosto, razão porque serviram as travessas com entremeada.
Enfim. Era ético ter avisado o grupo antes de nos ter servido.
Contudo o pior estava para acontecer.
Poucos minutos antes, tinha o mesmo funcionário limpo o chão com uma esfregona junto da cadeira do H.M. Ao servir a mesa, entornou o molho de uma travessa.
Súbito levanta-se o H.M. porque sentiu algo quente nas costas. Afinal o molho não caiu só para o chão, caiu também na cadeira onde estava sentado e na camisa, assim que passou a t-shirt e lhe chegou ao pelo, queixou-se. Ficou com marca de alto a baixo.
A conta foi tão grande como a mancha na camisa.
Estranhamente aceitou-se tudo com tamanha passividade.
Um senão. No bar “Bucha e Estica” os cocktails servidos, caros, primavam pelo excesso de gelo.
Domingo.
Em agenda o habitual passeio de autocarro a céu aberto, e o obrigatório passeio de barco “Moliceiro” pelos canais da cidade, que lhe valem o cognome de “Veneza Portuguesa”.
Feito o passeio de autocarro pela cidade com extensão até Ílhavo, e passagem pela fábrica de porcelana da Vista Alegre.
Chega a hora de almoço.
Um dos meus pratos predilectos é enguias, sejam fritas, de caldeirada ou de ensopado.
Divididos entre onde ir, em qualquer grupo há sempre um Mc`Donalds dependente, decidi, e porque ainda era cedo, pouco passava do meio-dia, que ia ao restaurante “O Telheiro”.
Comigo, alinharam o P.C. e o A.G. e as respectivas esposas. Lá nos arranjaram uma mesa. Escolhemos enguias, fritas e ensopado. A Lalá que não gosta de enguias, escolheu outro prato, que mandou atrasar para comer juntamente connosco, quando chegasse o ensopado
É demorado o serviço. Vieram as enguias fritas, acompanhadas com um molho que de escabeche têm o nome, é azeite quente, vinagre, alho frito e sal.
Faltou ali no molho, cebola, semente de coentros, gengibre, louro, pimenta, piripiri, e habilidosa mão.
As salas encheram-se de repente, e devem-se ter esquecido de nós. Íamos dormindo à espera da "bagagem".
Depois da reclamação pelo tempo de espera, chega o ensopado e o prato da Lálá.
As enguias vinham frias, o pão em vez de frito, torrado, mal torrado e espapaçado do molho, molho a acusar o abuso do açafrão.
Que saudades senti das enguias que frequentemente como em Deixa o Resto, na Tasquinha do Ilídio.
De louvar apenas a sobremesa comida: Sopa Dourada, composta por uma base de pão-de-ló coberta com ovos-moles, tudo enfeitado com passas, pinhão, nozes e canela.
A conta sim, trazia todo o valente escaldão que a comida não levou.
Desgostosos mas serenos, restava-nos digerir a mágoa do almoço, passeando de barco “Moliceiro” pelos canais da cidade.
Foi o que fizemos.
Terminado o passeio optámos por uma visita ao Fórum Aveiro, que está situado no coração da cidade, integrado no centro histórico e comercial. A sua excelente localização permite-lhe beneficiar de uma envolvência paisagística única e de acessos facilitados, enquadrando o principal canal da cidade. Distingue-se arquitectonicamente pelo espaço ao ar livre e utilização de materiais naturais da zona, além dos jardins suspensos da cobertura.
Queimado algum tempo, fomos ao encontro dos restantes companheiros que estavam no hotel. Bebidas umas “copas” no bar do hotel, com vista sobre o canal e o bonito edifício do Centro Cultural e de Congressos de Aveiro, antiga fábrica Jerónimo Pereira Campos, chega a hora de jantar. Escolhemos o Restaurante Ferro.
Era a primeira vez do grupo com todos reunidos na mesma mesa, em número de treze.
Há quem diga que trás azar. Não acredito, mas…
A escolha não era vasta, escolheu a maioria entrecosto grelhado. Para surpresa de todos, aparte uma ou duas travessas que ainda lhe viram a cor, todas as restantes só traziam entremeada. Alertado o funcionário para o sucedido, ainda quis trocar as voltas ao pessoal, que por ali, entrecosto e entremeada era tudo e a mesma coisa.
Reconhecendo que a justificação não pegava, lá se prontificou a trazer uma travessa de entrecosto, não sem antes derrubar o meu copo de vinho sobre a minha travessa de comida. Desastrado.
Chega entristecido junto da mesa, porque na cozinha lhe tinham dito não haver mais entrecosto, razão porque serviram as travessas com entremeada.
Enfim. Era ético ter avisado o grupo antes de nos ter servido.
Contudo o pior estava para acontecer.
Poucos minutos antes, tinha o mesmo funcionário limpo o chão com uma esfregona junto da cadeira do H.M. Ao servir a mesa, entornou o molho de uma travessa.
Súbito levanta-se o H.M. porque sentiu algo quente nas costas. Afinal o molho não caiu só para o chão, caiu também na cadeira onde estava sentado e na camisa, assim que passou a t-shirt e lhe chegou ao pelo, queixou-se. Ficou com marca de alto a baixo.
A conta foi tão grande como a mancha na camisa.
Estranhamente aceitou-se tudo com tamanha passividade.
Seria por sermos treze à mesa?
Tal não volta a acontecer.
Nunca, em viagem nenhuma nos haviam acontecido tantas desgraças juntas.
Apesar de tantos infortúnios juntos, fizemos um passeio pedonal pela cidade, até à gare dos comboios, o antigo edíficio está decorados com bonitos painéis de azulejos, e de regresso ao hotel entramos no Dá Dá Café, para beber em jeito de despedida à Cidade, umas loirinhas, uns cházinhos…
Havia que afogar as mágoas.
Estipulado o ponto de encontro para a manhã seguinte, pelas nove horas e trinta minutos, no posto de combustível Repsol, próximo do hotel, para dali seguirmos até à fábrica e Museu da Vista Alegre, começou o pessoal a deslizar até vale de lençóis.
Como duro da noite, e, porque outros pensamentos me começavam a atormentar o espírito, ainda bebi uma última loirinha, no bar do hotel, mesmo em cima da hora de fecho.
Segunda-feira.
Levantei-me cedo, para estar presente na hora da abertura de uma tradicional mercearia, queria comprar umas latinhas de enguias da Murtosa em molho de escabeche.
Compras feitas e fui abastecer a minha mota.
Começam as chegar os restantes companheiros. O P.C. pede-me junto com o valor do parqueamento da mota, o dinheiro de uma água consumida no quarto.
Tal não volta a acontecer.
Nunca, em viagem nenhuma nos haviam acontecido tantas desgraças juntas.
Apesar de tantos infortúnios juntos, fizemos um passeio pedonal pela cidade, até à gare dos comboios, o antigo edíficio está decorados com bonitos painéis de azulejos, e de regresso ao hotel entramos no Dá Dá Café, para beber em jeito de despedida à Cidade, umas loirinhas, uns cházinhos…
Havia que afogar as mágoas.
Estipulado o ponto de encontro para a manhã seguinte, pelas nove horas e trinta minutos, no posto de combustível Repsol, próximo do hotel, para dali seguirmos até à fábrica e Museu da Vista Alegre, começou o pessoal a deslizar até vale de lençóis.
Como duro da noite, e, porque outros pensamentos me começavam a atormentar o espírito, ainda bebi uma última loirinha, no bar do hotel, mesmo em cima da hora de fecho.
Segunda-feira.
Levantei-me cedo, para estar presente na hora da abertura de uma tradicional mercearia, queria comprar umas latinhas de enguias da Murtosa em molho de escabeche.
Compras feitas e fui abastecer a minha mota.
Começam as chegar os restantes companheiros. O P.C. pede-me junto com o valor do parqueamento da mota, o dinheiro de uma água consumida no quarto.
- Paguei tudo hoje de manhã quando fiz o check-out, o consumo do bar e o do quarto.
No Domingo, junto com o valor do Spa, cobraram-lhe todos os consumos havidos nos quartos na primeira noite. Os outros companheiros deram pelo erro ao fazer o check-out, estavam todos juntos, exigiram a devolução dos valores já cobrados.
Eu como saí mais cedo, paguei uma água que já tinha sido paga.
Motas atestadas, e fomos até Ílhavo, à fábrica da Vista Alegre.
Fomos informados que o museu estava fechado à segunda-feira, e a visita à fábrica, carecia de autorização superior por não constar em agenda.
Estivémos naquele local no dia anterior, aquando do passeio de autocarro, poderíamos ter saído e visitado o museu, e tínhamos apanhado o autocarro uma hora depois.
Fomos informados que o museu estava fechado à segunda-feira, e a visita à fábrica, carecia de autorização superior por não constar em agenda.
Estivémos naquele local no dia anterior, aquando do passeio de autocarro, poderíamos ter saído e visitado o museu, e tínhamos apanhado o autocarro uma hora depois.
Mas, resolvemos fazer as visitas na manhã de segunda-feira.
Que azar, mais um desgosto para juntar aos demais já tidos.
Uma breve visita à loja Outlet, e fomos novamente à recepção. Com educada insistência, e chorando o nosso infortúnio, vislumbrámos luz ao fim do túnel. Poderíamos visitar a fábrica mediante o pagamento de seis €uros por cabeça.
Concordámos. Um brevíssimo briefing com a funcionária destacada para a visita, sobre o comportamento dentro da fábrica e a proibição de uso de máquinas fotográficas e lá fomos guiados até ao interior das instalações.
Uma detalhada descrição sobre a pasta da porcelana que é composta pela mistura em proporções variáveis de caulino, quartzo e feldspato, moldes, enchimentos, retoques manuais, controlo visual individual, decalcagem, pintura, cozedura a 900º e a 1400º, etc, etc foi de facto a parte alta deste passeio.
Uma breve visita à loja Outlet, e fomos novamente à recepção. Com educada insistência, e chorando o nosso infortúnio, vislumbrámos luz ao fim do túnel. Poderíamos visitar a fábrica mediante o pagamento de seis €uros por cabeça.
Concordámos. Um brevíssimo briefing com a funcionária destacada para a visita, sobre o comportamento dentro da fábrica e a proibição de uso de máquinas fotográficas e lá fomos guiados até ao interior das instalações.
Uma detalhada descrição sobre a pasta da porcelana que é composta pela mistura em proporções variáveis de caulino, quartzo e feldspato, moldes, enchimentos, retoques manuais, controlo visual individual, decalcagem, pintura, cozedura a 900º e a 1400º, etc, etc foi de facto a parte alta deste passeio.
È uma visita que se recomenda vivamente.
Hora de regresso a casa.
Tinha o H.M. e O P.C. o percurso de regresso anotado no GPS. O Homem do "enlatado" por motivos pessoais teve de regressar mais cedo, O Homem do Caminhão-Tir só via auto-estrada, O Capitão Penetra nos regressos é sempre uma caixinha de surpresas.
Assim, Eu, o A.G. o H.M. e o P.C. resolvemos cumprir o percurso previamente elaborado, sem ponto de paragem para almoço definido. As horas e a fome ditariam a paragem.
Ílhavo, Mamarrosa, Cantanhede, Montemor-o-Velho, Alfarelos, Vila Nova de Anços.
Paragem para almoço.
Frente ao Cruzeiro, uma tasquinha de nome:
Hora de regresso a casa.
Tinha o H.M. e O P.C. o percurso de regresso anotado no GPS. O Homem do "enlatado" por motivos pessoais teve de regressar mais cedo, O Homem do Caminhão-Tir só via auto-estrada, O Capitão Penetra nos regressos é sempre uma caixinha de surpresas.
Assim, Eu, o A.G. o H.M. e o P.C. resolvemos cumprir o percurso previamente elaborado, sem ponto de paragem para almoço definido. As horas e a fome ditariam a paragem.
Ílhavo, Mamarrosa, Cantanhede, Montemor-o-Velho, Alfarelos, Vila Nova de Anços.
Paragem para almoço.
Frente ao Cruzeiro, uma tasquinha de nome:
Casa de Petiscos, Lda. Especialidade em Enguias.
Entrámos. Éramos sete.
Sem luxos e a sala quase cheia de comensais, prestes a terminarem.
Fomos atendidos e servidos por uma Senhora de uma simplicidade contagiante.
Todos escolhemos bife de vitela, com batata frita, salada e ovo estrelado.
Para sobremesa, pudim molotof, que a senhora desde logo nos avisou não ter sido feito lá em casa, mas sim na pastelaria vizinha, colocado sobre a mesa, nós próprios fizemos as nossas doses. Fomos servidos como reis. A sorte voltava a sorrir-nos.
Soure, Redinha, Anços, Santiago da Guarda, Ansião. IC8, N110, Tomar, IC3, Entroncamento, Golegã, Chamusca, Alpiarça.
Paragem para abastecer as máquinas e os corpos já ávidos de liquidos.
O tempo passava, o percurso final era novamente por auto-estrada, A13 e A2.
O H.M tinha um compromisso a respeitar, saiu na frente a dar gás. O pneu traseiro do A.G. com seis mil quilómetros rodados, com pendura sempre em cima e o peso de três malas, fez um precoce entrega ao purgatório. Exibiu a lona. Definida uma velocidade de cruzeiro de 1.4 assumi o comando do trio.
Em auto-estrada, a uma velocidade tão moderada, há tempo para tudo. Coisas mil me passaram pela mente, coisas que, talvez, a melancolia inventa, que um dia com bonomia, talvez, ousarei falar delas, e talvez, escrevê-las.
Com o pensamento no pneu do A.G. entrámos na área de serviço de Alcácer do Sal par um checking visual. Confirmámos que aquela velocidade, resistiria sem perigo, com segurança, até ao destino final.
Tudo acabou em bem.
É um grupo fantástico, este Grupo de Moto Turismo do Litoral Alentejano. Há catorze anos que aceleramos juntos.
Para próximo passeio, sem data definida, mas já com destino eleito, Alberca, considerada pela Unesco, vila Património Mundial, em Espanha, lá estarei com a minha mota, que há mais de cento e vinte mil quilómetros rola comigo por essas estradas fora.
Com as melhores saudações motards, e votos de boas curvas.
Zé Morgas
Entrámos. Éramos sete.
Sem luxos e a sala quase cheia de comensais, prestes a terminarem.
Fomos atendidos e servidos por uma Senhora de uma simplicidade contagiante.
Todos escolhemos bife de vitela, com batata frita, salada e ovo estrelado.
Para sobremesa, pudim molotof, que a senhora desde logo nos avisou não ter sido feito lá em casa, mas sim na pastelaria vizinha, colocado sobre a mesa, nós próprios fizemos as nossas doses. Fomos servidos como reis. A sorte voltava a sorrir-nos.
Soure, Redinha, Anços, Santiago da Guarda, Ansião. IC8, N110, Tomar, IC3, Entroncamento, Golegã, Chamusca, Alpiarça.
Paragem para abastecer as máquinas e os corpos já ávidos de liquidos.
O tempo passava, o percurso final era novamente por auto-estrada, A13 e A2.
O H.M tinha um compromisso a respeitar, saiu na frente a dar gás. O pneu traseiro do A.G. com seis mil quilómetros rodados, com pendura sempre em cima e o peso de três malas, fez um precoce entrega ao purgatório. Exibiu a lona. Definida uma velocidade de cruzeiro de 1.4 assumi o comando do trio.
Em auto-estrada, a uma velocidade tão moderada, há tempo para tudo. Coisas mil me passaram pela mente, coisas que, talvez, a melancolia inventa, que um dia com bonomia, talvez, ousarei falar delas, e talvez, escrevê-las.
Com o pensamento no pneu do A.G. entrámos na área de serviço de Alcácer do Sal par um checking visual. Confirmámos que aquela velocidade, resistiria sem perigo, com segurança, até ao destino final.
Tudo acabou em bem.
É um grupo fantástico, este Grupo de Moto Turismo do Litoral Alentejano. Há catorze anos que aceleramos juntos.
Para próximo passeio, sem data definida, mas já com destino eleito, Alberca, considerada pela Unesco, vila Património Mundial, em Espanha, lá estarei com a minha mota, que há mais de cento e vinte mil quilómetros rola comigo por essas estradas fora.
Com as melhores saudações motards, e votos de boas curvas.
Zé Morgas