Sr. Presidente
Realizou-se no passado dia 16 mais um
encontro convívio entre os Antigos Alunos do extinto Externato de
Nossa Senhora do Incenso na aldeia mais portuguesa de Portugal,
Monsanto.
Este foi o VII, e a escolha da
localização geográfica para a realização do encontro foi “culpa”
minha. Como prémio, sem direito a recusa, fui nomeado para a
organização do próximo encontro em local à minha escolha.
Tentei demover quem me ordenou
organizador, explicando-lhe a dificuldade que vou ter no próximo
ano. Há muito que ando a planear uma viagem ao Cabo Norte em Moto.
Doze mil quilómetros para palmilhar em vinte e um dias nos meses de
Julho ou Agosto do próximo ano. A data final será ditada pelos
horários dos paquetes, quero fazer um mini cruzeiro por águas dos
fiordes da Escandinávia.
Sem conseguir sensibilizar a
organizadora para o grave problema que me coloca, aceitei contudo.
Não fujo a desafios e prezo-me de
honrar os meus compromissos. Saberei coordenar tudo.
Regrando-me pelo mesmo principio que
dita a escolha dos locais de tertúlia do Grupo “Do Mar à Raia”,
um encontro a sul de Penamacor outro a norte, como este convívio foi
a sul, decidi para local de encontro do próximo ano, a freguesia de
Benquerença.
Não nego que na escolha do local não tivesse pesado o facto de, sentado ao meu lado na mesa do repasto estar um natural de Benquerença, a exercer o cargo de Presidente da junta de freguesia de Penamacor.
Não nego que na escolha do local não tivesse pesado o facto de, sentado ao meu lado na mesa do repasto estar um natural de Benquerença, a exercer o cargo de Presidente da junta de freguesia de Penamacor.
Refiro-me ao Presidente Gil
Mais, é sabida a sua paixão pela
caça, cada qual têm a sua, e a grande experiência na organização
de faustosos banquetes no clube de caça e pesca, o que lhe confere
um valiosíssimo know-how que o comensais dos convívios jamais
poderão desperdiçar.
Sr Presidente
Sei que foi durante muitos anos
elemento preponderante da Junta de freguesia de Benquerença.
Quem melhor que o Senhor para
ciceronear o grupo dos antigos alunos numa visita ao que de mais
notável têm a terra que o viu nascer?
Quase arriscaria dizer que haverá nos
antigos alunos, quem ainda nunca tenha visitado a Benquerença.
Falando do luxo de um cicerone.
Tive uma entrada VIP em Monsanto por
caminho mais parecido com um carreirinho, a partir das Relvas que
desconhecia em absoluto, com privilegiada vista sobre a campina e a
barragem:
O Caminho de Santiago.
Foi já na casa do cicerone e nas
magnificas instalações em que nos recebeu, que novo abuso começou.
O vinho têm lá coisas, desenferruja a memória, leva à saudade,
solta as lágrimas e é sabido que as lágrimas da saudade são as
mais bonitas, pois elas nascem dos risos que já foram, dos sonhos
que não acabam, e das lembranças que jamais se apagam.
Na presença
de alguém, com lembranças de menino, as lágrimas estiveram à
porta...
Sr. Presidente
Preciso de ajuda. Formar uma comissão
organizadora. Só um é pouco
Assim, desta forma, convido Vª Exª e
o Sr. Presidente da Junta de Freguesia, a aceitar, sem recusa,
presença na comissão organizadora do próximo convívio dos Antigos
Alunos do Externato de Nossa Senhora do Incenso.
Fica a certeza que na minha próxima
deslocação a Penamacor falaremos pessoalmente.
Deixo também duas sugestões para
análise:
Sou um adepto confesso dos espaços
abertos, “open space”.
Até têm espaço para colocar um
grelhador com espeto para grelhar uns porquitos, e uns pipos de vinho
de verdadeira uva, tinto e branco, que são uma delícia ao palato.
Haverá quem não goste, por certo. É
sempre difícil agradar a gregos e a troianos, e, organizações
amadoras estão sempre mais vulneráveis a falhas e sujeitas a algum
abuso no serviço prestado e na qualidade servida a que são
totalmente alheias. Valorizo mais o convívio e gosto mais de me
sentir o gajo mais feliz do mundo, mesmo que com pouco.
Quanto ao gajo mais feliz do mundo
permitam-me aqui uma transcrição de um texto retirado de um blogue,
de Pedro Chagas Freitas:
“O segredo para ter mais não é
ter mais; é precisar de menos.
E saboreá-lo ainda mais. O gajo mais feliz do mundo não é, nunca é, o gajo que tem mais coisas do mundo. O gajo mais feliz do mundo é, é sempre, o gajo que precisa de menos coisas do mundo. O gajo que faz de um prato de sopa um banquete, o gajo que faz de um T1 um palácio, de uma cama que geme o mais faustoso dos leitos de prazer. O gajo mais feliz do mundo é o gajo menos precisado do mundo. O gajo que não precisa de mais do que aquilo que tem para ter tudo aquilo que quer ter. O segredo para a felicidade é não ter segredo nenhum. O segredo para a felicidade é valorizar a preço de ouro o que se tem e valorizar a preço de merda aquilo que não se tem. E é mesmo assim: o que tens é ouro e o que não tens é merda. E é só o facto de tu quereres o que não tens que eleva o valor do que não tens a um valor, por vezes, ainda mais elevado do que aquilo que tens. Aprende de uma vez por todas: nasceste com tudo aquilo de que precisas. Então aproveita-o. Aproveita-o em pleno. Aproveita-te em pleno. É claro que podes, e deves, querer mais. Querer mais não é errado, nem sequer é deprimente. Querer mais é fixe. É querer mais que faz o mundo andar. Quer mais. Quer todos os dias mais. Mas nunca te deixes ser menos só porque queres mais. Nunca te contentes com o que tens; mas, mais ainda, nunca fiques descontente com o que não tens. O que tens tem de nunca te deixar contentado. Mas tem, ainda assim, de te deixar contente”.
E saboreá-lo ainda mais. O gajo mais feliz do mundo não é, nunca é, o gajo que tem mais coisas do mundo. O gajo mais feliz do mundo é, é sempre, o gajo que precisa de menos coisas do mundo. O gajo que faz de um prato de sopa um banquete, o gajo que faz de um T1 um palácio, de uma cama que geme o mais faustoso dos leitos de prazer. O gajo mais feliz do mundo é o gajo menos precisado do mundo. O gajo que não precisa de mais do que aquilo que tem para ter tudo aquilo que quer ter. O segredo para a felicidade é não ter segredo nenhum. O segredo para a felicidade é valorizar a preço de ouro o que se tem e valorizar a preço de merda aquilo que não se tem. E é mesmo assim: o que tens é ouro e o que não tens é merda. E é só o facto de tu quereres o que não tens que eleva o valor do que não tens a um valor, por vezes, ainda mais elevado do que aquilo que tens. Aprende de uma vez por todas: nasceste com tudo aquilo de que precisas. Então aproveita-o. Aproveita-o em pleno. Aproveita-te em pleno. É claro que podes, e deves, querer mais. Querer mais não é errado, nem sequer é deprimente. Querer mais é fixe. É querer mais que faz o mundo andar. Quer mais. Quer todos os dias mais. Mas nunca te deixes ser menos só porque queres mais. Nunca te contentes com o que tens; mas, mais ainda, nunca fiques descontente com o que não tens. O que tens tem de nunca te deixar contentado. Mas tem, ainda assim, de te deixar contente”.
Quanto à data será decidida depois de
ouvir muitas opiniões, mas tudo sugere que se
mantenha.
Particularmente e excluindo a situação do próximo
ano, a data usada têm sido coincidente com a realização da
concentração mototuristica de Góis. Falhei as duas.
Não me perguntem porque ando de Moto e
porque gosto tanto, não o sei explicar.
Para os que me compreendem nenhuma
explicação é necessária.
Para os que não me compreendem nenhuma
explicação é possível.
Sei que não posso ir a todas, vou ás
que posso e onde me sinto bem.
Breve começarei a enviar informação,
possível data e local em Benquerença, sei que andam por aí
sensibilidades feridas, mas é altura de pensar que, e todos o sabem,
eu cedo descobri que absolutamente nada é definitivo na vida, cedo
compreendi a inutilidade do orgulho, a tolice das disputas, a
estupidez da ganância e a incoerência das tolas mágoas...
Tudo faremos para juntar o maior número de pessoas em Benquerença, agradar a todas e todos com a mesma alegria e prazer.
Há que aproveitar o lado epicurista da vida, uma pequena rendição aos deleites e à satisfação dos sentidos.
Termino com os votos sinceros de parabéns e um Bem Haja às organizadoras:
São Mendes e Teresa Dionísio.
Zé Morgas
Termino com os votos sinceros de parabéns e um Bem Haja às organizadoras:
São Mendes e Teresa Dionísio.
Zé Morgas
Excedeste-te. Que texto magnífico! Alegro-me contigo e agradeço o privilégio de o partilhares comigo. Connosco. Abraço.
ResponderEliminarGostei imenso desta carta aberta... muita lúcida e empolgante para quem ainda não participou nestes convívios.
ResponderEliminarZé Morgas....não conheço, os meus parabéns pela carta e com certeza sairá uma boa organização para novo convívio...vou tentar participar!
ResponderEliminar