Começo esta Carta Aberta, partilhando um e-mail recebido na minha caixa de correio, de um Amigo, cujo nome remeto ao sigilo, para reflexão de Vª Exª. e seus Vereadores.
“Caríssimo Zé Morgas
Acabei de ler a Carta Aberta I que enviaste ao presidente da câmara de Penamacor e não podia deixar de te manifestar o meu apreço pela atitude.
Em traços gerais concordo com a esmagadora maioria das tuas observações e sugestões, designadamente o desperdício de dinheiro numa via estruturante que não vai estruturar absolutamente nada, bem como na questão dos incentivos à fixação.
O único ponto em que coloco algumas dúvidas tem a ver com o factor "turismo" e o instrumento "hotel".
Explico: o turismo tem vindo a ser utilizado praticamente por todas as câmaras como uma "grande aposta" e um "poderoso motor" do desenvolvimento sobretudo dos territórios do interior.
Estou cada vez mais convencido que não passa de uma panaceia sobrevalorizada em campanhas eleitorais por quem não tem outras soluções. Não estou com isto a querer dizer que o factor turismo não deva ser considerado, o meu problema é que ele é quase sempre equacionado na perspectiva errada.
Na minha opinião, Penamacor não tem a mínima hipótese de concorrer, em termos de oferta turística, segundo o modelo clássico, com os concelhos limitrofes, muito menos com os do litoral, logo, o modelo que passa pelo hotel, pelo pavilhão de congressos, ou qualquer outra megalomania, acabará sempre por se transformar em mais um mamarracho e disso, como dizes e bem, já lá temos.
Simpatizo muito mais com o modelo que tu afloras quando defendes que o antigo quartel seria muito mais interessante como Pousada do que como amontoado de serviços públicos, que ainda por cima são cada vez mais raros em Penamacor. Esse modelo está mais próximo daquele que eu entendo como mais interessante e que passaria pelo incentivo às pequenas unidades de inicitaiva privada, com gestão familiar em locais com algumas características que favorecessem a atracção de potenciais visitantes,
E aí, sejamos pragmáticos, só a Malcata e a área da Baságueda é que oferece essas caraterísticas.
Com o devido respeito por melhor opinião, fazer um hotel nos castelinhos é um óbvio suicídio para qualquer investidor.
Infelizmente, a CMP já lá enterrrou uns milhares.
Bem, esta discussão é interessantíssima, podia ser alargada à problemática do desenvolvimento dos territórios de baixa densidade, mas poderá ser mais produtiva e agradável com um secreto de porco preto e um tinto do verdadeiro à frente.”
Sr. Presidente
Além do sincero convite para reler a minha Carta Aberta I, pese o facto de saber que as obras em marcha do Hotel lhe devem consumir todo o tempo disponível, deixo-lhe aqui uma ideia para presentear o ”potencial de gente que pode vir a Penamacor” palavras do Vereador António Cabanas ao Jornal Reconquista, oriundas lá da localidade francesa do geminado jardim de Penamacor.
Há que eleger todos, e são muitos, os locais de interesse a visitar, tanto na Vila como em todas as freguesias, A norte, a sul e concelhos limitrofes, Idanha, Sabugal...
- Miradouros naturais com vistas de rara beleza, Igrejas, Capelas, Conventos, Santuários, Museus, Castelos, Muralhas, Pelourinhos, Talefes, Fontes, Chafarizes, Barragens, Tasquinhas com petiscos típicos e pinga da boa, do melhor que por aí se faz, Baluartes, etc, etc.. e elaborar as respectivas rotas.
Sr. Presidente
Falando dos baluartes de Penamacor, Polé, Arcaz, Reduto, Moreirinha, e em especial do Baluarte da Polé
- Já pensou em classificar a área envolvente do Baluarte da Polé, como de interesse público e adquirir para demolição os edifícios que o envolvem, instalações de uma ex-oficina, casa do Ferrador, antigo posto público de telefone, erguer nesse local o Posto de Turismo do Concelho de Penamacor, e fazer do Baluarte da Polé um ponto inicial de visita e partida para as várias rotas a criar?
- Será necessário transportes, por exemplo, um comboio turístico, com três ou quatro carruagens e uma "locomotiva" com motorização todo o terreno.
- Já pensou em construir um parque subterrâneo com acesso pela Rua das Moitinhas, que poderia vir a ser o quartel-general do comboio turístico, haveria igualmente espaço para parquear umas bicicletas para alugar a turistas mais preparados fisicamente.
- Por cima do parque subterrâneo, criar a Praça de Táxis de Penamacor.
- Em suma, fazer da zona a Central de Transportes de Penamacor: Rodoviária Nacional (a falta que faz um parque sob o Pátio das Laranjeiras, com acesso privilegiado à Biblioteca Municipal), Praça de taxis, Comboio Turístico, bicicletas de aluguer.
Sr. Presidente
Vi na Selva da Republica o piso já em acelerado estado de deterioração, e, um canteiro aformoseado com relva.
É relva que foi a França “vitaminar” e regressou à base?
Ou, será uma prendinha de Natal aos Munícipes de Penamacor, desgostosos com a ausência de relva no seu querido jardim.
Termino, desejando a todos os naturais e residentes no concelho de Penamacor
VOTOS DE UM FELIZ E SANTO NATAL 2011
E apesar da crise
AS MELHORES ENTRADAS EM 2012
Zé Morgas
O problema de fundo é que não se pensa em Penamacor como Concelho mas sim, Penamacor como Vila. Enquanto assim for e não existir uma corporação a remar para o mesmo lado não sairemos da cepa torta. Veja-se o exemplo do Concelho vizinho...
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