Sr. Presidente
Pensava que já poucas seriam as coisas que me surpreenderiam na vida, desde que, há algum tempo, vi num programa televisivo, um cão, um pastor alemão, hipnotizado, nado e criado nesse país que teima em querer mandar em toda a Europa, a Alemanha, tirar a carta de condução. Fez mesmo a prova escrita de código. Contudo, na minha mais recente ida a Penamacor, no gozo de mais uma sempre merecidíssima folga, ao chegar à rotunda da Senhora dos Caminhos, reparei que no seu interior estava “desenhado” um cabouco triangular.
- Oh Diabo, o que vai nascer daqui? - Interrogava-me em silêncio enquanto circulava pelas quatro vias das Lajes; Avenida da Republica é demasiado “finérrimo” para tão colossal mamarracho. Perguntei a muita gente, em concreto ninguém me conseguiu informar do que iria ali nascer, apenas uma coisa em comum ouvi: Um monumento com três metros de altura, relacionado com o Ultramar.
Perguntei igualmente se seria em memória dos combatentes mortos no Ultramar, já temos um monumento aos mortos da 1ª Grande Guerra.
Honrem-se os mortos, que os vivos não merecem.
Uma resposta elucidativa, ninguém me deu.
Sr. Presidente
Seja lá o que for que ali vá surgir, naquela tão mal parida rotunda, tenho a certeza que será mais um mamarracho para esbanjar dinheiro, dinheiro que o concelho tanto precisa para obras mais importantes.
Falando de obras, tantas vezes li na imprensa regional e tanto ouvi falar no futuro Hotel de Penamacor.
- Onde está?
- Como é possível fazer promessas e não se cumprirem?
Sr. Presidente
Ao ver a génese de mais um mamarracho, não há dois sem três, fico com a quase triste certeza, que este elenco camarário, o Presidente e os dois edis, se estão a tornar nos coveiros do já muito débil concelho de Penamacor.
O concelho de Penamacor, a continuar assim, vai morrer.
Sempre ao Dispor
Zé Morgas
Zé, meu Amigo,
ResponderEliminarTenho conhecimento de que, no dia 1 de Junho próximo, o nosso Concelho vai homenagear os combatentes da guerra do Ultramar, nas suas três frentes. Segundo me consta, somos o único concelho do País onde tal acção não teve lugar.
Sendo assim, não me repugna que sejam lembrados aqueles que deram o corpo ao manifesto e até a própria vida numa guerra mal começada e pior acabada.
Agora a forma como se vai processar essa homenagem é que pode ser discutível e discutida, pois se acabar em mais um "mamarracho", como tu auguras, num trabalho que mais do que honrar ... desonre... como a da placa com o nome do Presidente da República... então, mais vale estar quieto.
Mas tenho a "certeza" de que a homenagem atingirá os fins que se propõe: lembrar os que da lei da morte se libertaram e fazer reviver aos que ficaram e lá vão estar presentes que a Pátria é digna de todos os sacrifícios, se nos forem impostos com honra e de boa fé.
Já tanto não digo daqueles que, dizendo-se "sacrificados" se vão enchendo "à tripa forra". Que lá na guerra também os houve...
Venha, pois, o monumento aos nossos Combatentes do Ultramar. Que os seus dinamizadores e autores consigam levar a cabo este seu empenho com a dignidade que tal obra exige e que não seja apenas "para cumprir calendário"...